domingo, 26 de setembro de 2010

Flamengo 1 x 3 Palmeiras

  Torna-se dificil mensurar a real extensão das qualidades apresentadas pela equipe Palmeirense nesta partida contra o Flamengo, pelo simples fato de a equipe carioca ter contribuído e muito para a vitória alviverde, para exemplificar a total apatia do time de Silas basta dizer que no primeiro tempo o Flamengo praticamente não deu um chute à gol, a única defesa mais “dificil” do goleiro Palmeirense que se pode recordar veio aos 31 minutos do segundo tempo, em um chute de fora da área.


  No entanto, a péssima atuação do time da gávea não exclui de de maneira alguma os méritos Palmeirenses, o primeiro tempo ridículo do Flamengo também se deve ao fato de ter enfrentado uma das exibições mais sólidas do Palmeiras em todo o campeonato. Tão importante quanto o resultado ou até mais, foi a forma como a equipe verde se portou dentro de campo, e o que deixou como sinais para os próximos jogos, neste aspecto vale destacar o papel de duas figuras contratadas para reconduzirem a equipe de Palestra Itália ao caminho das conquistas: Valdivia e Felipão.

  O camisa 10, claramente em recuperação de forma física e técnica, escalado como segundo atacante ao lado do sempre constante e efetivo Kléber, não só movimentou-se de maneira muito mais efetiva e inteligente, retendo a bola, executando passes em profundidade como o que resultou em um penalty certamente controverso sobre Tinga, atuando como um verdadeiro organizador das ações verdes, e desta vez menos preocupado em cair para cavar faltas, mas também Valdivia demonstrou uma disposição incrível, recuando inúmeras vezes ocupando espaços e executando até mesmo o primeiro combate quando o Palmeiras estava sem a bola.

  Já Felipão merece aqui total crédito pela exibição de sua equipe, colocando em campo a equipe em um 4-4-2(4-4-1-1 pela movimentação de Kléber e Valdivia), a primeira grande preocupação óbvia seria a participação dos laterais oferecendo opções de jogo e profundidade à equipe, ciente de que este possivelmente não seria o cenário real sobretudo pela direita, Felipão resolveu os possíveis problemas com uma decisão simples no entanto brilhante, ainda mais levando-se em conta que a decisão serviu tanto ofensiva quanto defensivamente.

  Big Phill posicionou como meias Tinga pelo deficiente setor direito que constantemente corria em direção à linha oferecendo opções à equipe, embora algumas vezes correndo mais com a bola e executando alguns lances desnecessários, mas no geral com uma boa exibição, e Marcio Araújo pelo setor esquerdo, com tendência maior em executar diagonais oferecendo o corredor às subidas de Gabriel Silva.

  Mas o grande ponto tático do jogo foi a movimentação desses dois meias quando a equipe alviverde estava sem a bola, movendo-se em direção aos lados do campo fechando o corredor para a grande força ofensiva e possivelmente única opção criativa do Flamengo, os dois laterais Juan pela esquerda, este em fase não tão boa sendo substituído ainda no primeiro tempo, e Leo Moura pela direita. Sem o apoio principalmente de Moura pelo flanco a equipe carioca se viu sem força alguma para atacar, o jogador com maior espaço e tempo de bola na equipe flamenguista pelo posicionamento de ambas equipes foi Willians mas este por sua vez não conseguiu oferecer muito à seus companheiros, também por estes estarem sempre bem marcados.

  Com Kléberson tão adiantado e constantemente tentando infiltrações infrutíferas na área verde, as opções de passe rubro-negras se viram ainda mais reduzidas, para tentar resolver isto Silas substituiu Toró por Correa, na tentativa de melhorar o passe e criar chances mais de trás, no entanto a melhora do Flamengo na segunda etapa ocorreu quando a equipe adiantou suas linhas, Deivid parou de recuar tanto em busca da bola atuando mais próximo de Diogo e não isolando o ex jogador da Portuguesa contra os zagueiros alviverdes, e pressionando o Palmeiras, que por sua vez recuou em demasia, oferecendo o controle da bola ao adversário sem estar preparado para contra-atacar, acuando em seu próprio campo.

  Foi então que mais uma vez entrou em cena Luiz Felipe Scolari, menos ocupado em discutir com os arbitros e mais calmo, completamente voltado ao jogo, Felipão utilizou as peças que tinha à disposição no momento certo, vendo o corredor que se abria pelo lado direito da defesa flamenguista com a linha adiantada em busca do gol de empate após gol de penalty cobrado por Petkovic, o técnico gaúcho trocou Marcio Araújo que executou uma excelente partida, por Rivaldo e a lógica era simples, pelo fato de ser canhoto Rivaldo oferecia aquilo que naquele momento o Palmeiras necessitava, profundidade pelo lado esquerdo algo que Gabriel Silva ocupado em tarefas defensivas não podia executar e Marcio Araújo por ser destro até poderia oferecer mas sem grandes qualidades, assim com Rivaldo o lance do terceiro gol que matou o jogo surgiu após infiltração do camisa 11 nas costas de Léo Moura, e cruzamento para o gol de Lincoln que entrava na área.

  No geral uma excelente partida Palmeirense, mais concentrado em jogar com uma disposição incrível, e utilizando-se daquilo que tem à disposição, bem escalado e consciente para controlar as várias fases do jogo.

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