sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fluminense: Homens e Máquina.


Equipe do Fluminense

  Este é o time que Muricy Ramalho mandou à campo, em um jogo fundamental contra o Coritinhians segundo colocado na disputa do campeonato brasileiro liderado pelo próprio Fluminese.Prendendo-se somente a qualidade técnica dos onze em campo, a equipe carioca é um excelente time, jogadores como Conca, Deco por exemplo oferecem criatividade e qualidade técnica pouco comum aos demais concorrentes da série-A.

  Cabe salientar, que Muricy ainda não pode contar com Fred, à muito tempo machucado, e o bom volante Diogo que vem realizando um campeonato muito regular.Embora tecnicamente o Fluminense seja uma grande equipe, taticamente a equipe de laranjeiras ainda não alcançou seu equilibrio, e este parece ser o maior desafio do comandante tricolor na busca pelo título nacional.

  No primeiro turno, a equipe alternou entre o 3-5-2 e o 4-4-2 ou (4-2-2-2 “Brasileiro”) , mas em nenhum dos sistemas conseguiu mecanizar as movimentações sobretudo defensivas, principalmente após o encaixe da maior contratação da temporada, o meia Deco.

  Jogando no 4-2-2-2, a grande fonte de preocupação paradoxalmente, é ao mesmo tempo uma das grandes virtudes: a ofensividade dos laterais, e do time como um todo. O avanço de Mariano e de Julio Cesar, deixam muito expostos os zagueiros da equipe tricolor, e qualquer seja a dupla escolhida entre os três mais usados: Leandro Eusebio, André Luiz ou Gum, nenhum é exaltado pela sua grande capacidade de aceleração e recomposição.

  A tarefa de cobertura da linha de defesa, naturalmente recai sobre a dupla de volantes, e este parece ser o coração dos problemas do Fluminense, sem poder contar com Diguinho,e Diogo, sua dupla com maior capacidade de marcação, Fernando Bob, tecnicamente muito capacitado, mas não tão confiável em tarefas defensivas, foi constantemente escalado, com uma série de companheiros diferentes, desde Belletti, até a improvisação do lateral Julio César, com a chegada de Valencia do Atlético PR, Fernando Bob retornou a sua posição de segundo volante, enquanto o recém contratado fixou-se como primeiro volante.

  No primeiro tempo contra o Corinthians atuando no 3-5-2, Muricy viu na prática como o esquema com três zagueiros é “engolido” quando o adversário atua com jogadores abertos nas “pontas”, apoiados pelos laterais. Nos primeiros minutos de jogo, ajudado também pela estranha decisão de Adilson em inverter os “pontas” com Bruno Cesar pela direita, Elias pela esquerda e Jorge Henrique pelo meio, o Fluminense controlava as açoes, adiantando seus laterais e empurrando a equipe paulista para seu campo de defesa, criando espaço para a boa movimentação de Deco.


Como o Corinthias controlou o Flu
   Quando o técnico Adilson Batista inverteu seus pontas, a movimentação natural de ambos em busca da linha de fundo - Bruno Cesar pela esquerda e Jorge Henrique pela direita embora os mesmos tenham ocasionalmente trocado de posição durante o jogo – quem empurrou o adversário para seu campo de defesa, foi o Corinthians que passou a controlar as ações.

  A nova movimentação corinthiana e seus efeitos foram cruciais neste jogo, para acompanhar os pontas corinthianos, Julio Cesar e Mariano foram obrigados a recuar, retirando a força ofensiva das laterais tricolores, tal marcação por sua vez ofereceu grande tempo de bola e campo para progressão aos dois laterais corinthianos, Roberto Carlos e Alessandro, este último sendo acompanhado muitas vezes por Fernando Bob, com tal deslocamento e a tendência desnecessária do recém contratado Valencia em acompanhar a progressão de Elias,assim surgiram as condições para a participação efetiva da dupla de volantes corinthianas, Jucilei e Paulinho, que acabaram decidindo o jogo.

  Na volta do intervalo, Muricy abriu mão do esquema com três zagueiros, recuando Conca para o meio ao lado de Deco, e colocando Rodriguinho no lugar do zagueiro André Luis, e o Fluminense melhorou, porém com a desvantagem no placar, e sobretudo com a excelente atuação do Corinthians, que tocava a bola de maneira inteligente e paciente tentando abrir espaços na defesa adversária, o ímpeto tricolor aos poucos foi se transformando em desespero e mesmo o gol de Washinghton não foi suficiente para superar o vice-lider do campeonato.

  Com a volta de Diogo, Emerson, Diguinho e Fred, é dificil imaginar que o Fluminense não vá disputar o título de maneira mais efetiva, e o sucesso da equipe tricolor vai depender muito, além é claro do desempenho dos demais concorrentes durante o segundo turno, da capacidade de Muricy Ramalho em equilibrar sua equipe quando todos os jogadores estiverem à sua disposição, já que qualidade técnica certamente não irá faltar.

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