terça-feira, 3 de agosto de 2010

Diferentes caracteristicas uma só posição, a influência na dinâmica de jogo

  No jogo Benfica x Tottenham, o time da luz entrou em campo no seu vitorioso 4-1-3-2 da temporada passada que o levou ao titulo português depois de 5 anos, em uma pequena fase de reconstrução por enquanto - visto que mais jogadores importantes da vitoriosa campanha  ainda podem sair como Ramires por exemplo - um detalhe merece uma análise mais atenta, o 1 do 4-1-3-2, ou seja o homem que se posiciona à frente da defesa.

Durante maior parte da  temporada do título, salvo em casos de lesões ou suspensões o ocupante deste setor foi o espanhol Javi Garcia, contratado ao Real Madrid em 2009 junto com Saviola. Mas para este amistoso o técnico Jorge Jesus iniciou a partida com o brasileiro Airton, 20 anos contratado ao Flamengo em janeiro de 2010.

 Ambos volantes, ambos com a mesma função prioritária, mas com caracteristicas individuais muito diferentes, Airton quase não participou da construção de jogadas ofensivas durante o primeiro tempo, sempre recuado, mais como um terceiro zagueiro do que um volante, passe sempre curto e seguro, atuando grande parte dos 45 minutos plantado à frente da dupla de zaga, oferecendo liberdade aos laterais encarnados, o único problema desta atuação foi na fase ofensiva, obrigando o meia criativo Aimar, a recuar demais para receber o passe curto, e então tentar criar algo, distanciando-se por vezes demasiadamente do setor ofensivo, mas na sua função prioritária uma partida segura do brasileiro Airton.

No segundo tempo, Jesus volta do intervalo com Javi Garcia no lugar do brasileiro, para atuar exatamente pelo mesmo setor, o "1", as mesmas ordens iniciais: proteger a dupla de zaga e oferecer segurança para os laterais se adiantarem, mas o espanhol possui outras caracteristicas individuais, marca, desarma mas também gosta de participar da construção ofensiva, o passe ainda é curto na saída de bola, mas joga um pouco mais adiantado, e se movimenta muito mais, sempre oferecendo opção de passe aos seus companheiros, e até se apresentando para chutes de fora da área, um deles quase passa pelo goleiro Cudicini, o meia criativo pode se aproximar um pouco mais dos atacantes e assim o time pode "empurrar" o adversário para seu próprio campo, e controlar ainda mais as ações do jogo.

Quem foi melhor? isso depende, qual era a intenção de Jorge Jesus? o que o time pedia em cada momento? como o adversário estava montado, ambos cumpriram suas ordens iniciais, ambos trabalharam para o time, mas cada um pôs à disposição suas próprias caracteristicas, influenciando de maneira diferente a dinâmica do jogo, agora cabe ao técnico decidir durante a temporada o que a situação vai exigir a cada jogo, as possibilidades foram esclarecidas, isto é profundidade de plantel.

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