terça-feira, 17 de agosto de 2010

Kaká e Shevchenko, quando se reinventar é preciso!

 No dia em que a o Real Madrid do galático mas pragmatico e vencedor José Mourinho, anuncia a contratação de Mesut Ozil do Werder Bremen, por modestos 15 milhões de Euros, 12 dos quais imediatos e mais 3 futuros de acordo com o desempenho de uma das grandes revelações da ultima copa do mundo, uma questão vem a cabeça, qual será o futuro de Kaká no time merengue?

  Desde sua chegada ao time da capital espanhola no verão europeu de 2009 por quase 70 milhões de euros, o brasileiro não consegui mostrar o mesmo futebol dos tempos de Milan, e chegou a sofrer criticas de alguns torcedores merengues, também por suas constantes lesões.

  Depois da copa na Africa Kaka realizou uma operação no joelho que o deixará fora dos campos por pelo menos quatro meses, e durante o mercado de transferências o nome do brasileiro foi até mesmo mencionado em possiveis negociações teoricamente justificadas pelo pouco interesse de José Mourinho em contar com o jogador da seleção brasileira.

  O técnico português aliás promoveu uma grande limpa no “acomodado” elenco Madridista, seus primeiros atos como novo comandante, foi mostrar as portas da rua aos dois líderes históricos do time branco: Guti e Raul, ciente de que teria certa dificuldade em controlar os vestiários com a presença da dupla formada em Chamartin, “the special one” mostrou que agora só existe espaço para uma grande estrela, ele mesmo.

  Diante deste panorama, as pespectivas de Kaká não parecem muito animadoras, ainda mais depois da contração do Alemão Ozil, que teoricamente executa a mesma função. E aqui não se trata da capacidade técnica do brasileiro, mas sim da sua caracteristica de jogo. Durante toda sua carreira, o meia da seleção sempre baseou seu jogo na capacidade fisica, aliado a sua técnica que o permitia progredir em velocidade com a bola dominada deixando os adversários para trás, constantemente via-se gols seus jogando pelo Milan em que partia de posições recuadas no meio campo com a bola nos pés e acabava literalmente frente a frente com o goleiro adversário marcando gols.

  Tal estilo de jogo que o levou a consagração como um dos melhores do mundo, transformou-se agora em seu grande problema. Sem a mesma capacidade de explosão fisica Kaká parece preso ao jogo e não consegue repetir as magnificas atuações de outrora.Principlamente no Real Madrid, a torcida ainda espera para ver o grande jogador do Milan em ação agora pelo time branco.

  Talvez a chave para novamente mostrar todo seu potencial, seja a sua reinvenção como jogador, que tem de partir do próprio jogador, e o exemplo pode estar em um dos seus antigos companheiros dos aureos tempos de Milan, alguém que também baseava seu jogo na capacidade fisica sobretudo na velocidade com e sem a bola: Andriy Shevchenko.

O ucraniano ex-atacante e segundo maior artilheiro com 127 gols do time de Milão, maior parte destes feitos de modo similar ao brasileiro: em velocidade; resolveu voltar para casa, para o Dinamo de Kiev depois de passagen sem grande sucesso por Chelsea e um melancolico retorno ao proprio Milan, percebendo que os bons tempos das arrancadas espetaculares ficaram para trás, Shevchenko joga agora como atacante solitário e homem de referência no time de Kiev, correndo bem menos, mas utilizando-se melhor de sua capacidade técnica, controlando a bola abrindo espaços e fazendo passes para seus companheiros que avançam.

Este é um dos possíveis caminhos para Kaká, apostar em sua velocidade pode ainda render frutos, mas estes serão cada vez menores como percebeu Shevchenko em seus tempos de Chelsea, já apostar em sua gigantesca capacidade técnica pode lhe garantir bons anos ainda em alto nível,atuando com maior inteligência de movimentos, mas para isto assim como seu ex-companheiro, Kaká terá que se reinventar como jogador aprendendo a atuar de maneira um pouco diferente.

Este video, é uma boa ilustração da caracteristica principal de Kaká em seus tempos de Milan

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