quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vitória 2 x 1 Santos, Santos Campeão!

  Tática e tecnicamente um bom jogo, influenciado evidentemente pelo clima de decisão, apesar de toda preocupação pré jogo com o estado do gramado do Barradão, e a forte chuva que caiu logo no inicio do jogo, a partida cumpriu aquilo que se espera de uma final.


  O Vitória inciou a partida numa especie de 4-2-2-2 com a linha de defesa alta tentando encurralar o Santos no seu campo de defesa e exercer pressão desde o principio.Gabriel zagueiro de origem teve de substituir o lateral direito Nino com poucos minutos do primeiro tempo, mas a improvisação acabou não afetando muito o plano de jogo, visto que a idéia era explorar o potencial ofensivo do lateral esquerdo Egídio, que se posiciou bem à frente de seus companheiros de defesa e constantemente se apresentava no campo de ataque em busca de cruzamentos para a área.

  O posicionamento de Egidio, fez com que em grande parte do primeiro tempo, Robinho tivesse que atuar mais recuado e portanto mais distante do ataque, reduzindo a ameaça direta de jogadas do camisa 7 santista, que acompanhava as subidas do lateral baiano ajudando a defesa.Pelo lado esquerdo de ataque Santista, Neymar com atuação discreta foi bem controlado pelo improvisado Gabriel, assim como a dupla de zaga do Vitória Wallace e Anderson Martins anularam muito bem o centro avante André do Santos, ajudados pelo fato do time paulista estar mais recuado aumentando a distancia entre Andre e seus companheiros.

  Destaque para o posicionamento de Wesley no Santos, jogando muito adiantado, pelo lado esquerdo, tentando aproveitar o espaço nas costas da dupla de volantes do vitória Bida e Neto Coruja, o que abria um espaço muito grande que possibilitaria a criação de jogadas de ataque com maior tempo o problema foi a atuação apagada no primeiro tempo de Elkeson que passou muito tempo aberto pela direita e em posições muito avançadas, para tentar evitar o choque com o veterano Ramon que partindo do centro constanteme apresentava-se na pequena area santista.

  A escalação de Alex Sandro no time paulista acabou evitando também um melhor aproveitamento do Vítoria do espaço, pois o lateral esquerdo com caracteristicas mais defensivas ocupava bem o setor evitando a ameaça do meia Elkeson. Paulo Henrique Ganso jogando praticamente em cima da linha que divide o meio campo pela direita, também para evitar o setor mais prejudicado do campo, que por acaso era justamente o seu lugar preferido, pouco acima da meia lua adversária,mostrou mais uma vez muita técnica, ótimo controle de bola, e acima de tudo muita maturidade junto com Robinho, as melhores chances do Santos aconteciam não em contra ataques, que aliás foram bem reduzidos, mas sim quando Ganso e Robinho colocavam a bola no chão, combinando entre eles e posteriormente com os demais companheiros em tabelas curtas e rápidas que acabavam sempre nas costas da defesa do Vitória.

  O grande nome do Vitoria, ao menos no que diz respeito à movientação, foi o centro avante Junior, jogando ao lado de Schwenk, este ultimo ocupando sempre o espaço entre Durval e Alex Sandro na linha de defesa do Santos, o camisa 9 do time baiano mostrou grande inteligência de movimentos, uma capacidade tática impressionante partindo de posições um pouco mais recuadas e se apresentando na frente, e por muitas vezes segurando a bola tentando servir os companheiros, com 34 anos e um bom tempo de Europa Junior mostra a importância cada vez maior da movimentação com e sem a bola de cada jogador, sua desmarcação para receber um belo passe de Neto Coruja em profundidade e a finalizão em cavadinha com uma tranquilidade absurda foram o atestado de bom jogador que o é.

  No segundo tempo Dorival Junior trocou Robinho de lado oferecendo ao camisa 7 uma posição mais proxima ao ataque e sem a preocupação de acompanhar o lateral Egidio, tarefa que foi entregue a Wesley jogando um pouco mais recuado que no primeiro tempo, e o camisa 6 do Vítoria encontrou um pouco mais de dificuldade em atacar, por sua vez o Santos passou a oferecer mais perigo em jogadas trabalhadas, pricipalmente com a dupla Ganso -Robinho atuando mais proxima a defesa adversária.

  No Vitória a saída de Ramon que iniciou bem a partida mas acabou decaindo um pouco no decorrer do tempo, possibilitou a Elkeson assumir um papel de mais protagonismo atuando com maior liberdade e perambulando nas costas dos atacantes, sua participação melhorou muito mas não o suficiente para levar o Vitória a conquista do título.

  O Santos perde o jogo mas conquista o título, também pelo que fez nesse jogo suportando a pressão baiana e atuando de forma consciente durante os 90 minutos, e pelo que fez no primeiro jogo na Vila Belmiro, mas principalmente por ser mais time tecnicamente que o Vítoria, contando com jogadores de qualidade individual muito acima da média para o atual nível brasileiro como Robinho que demonstrou grande maturidade neste jogo , e sobretudo Paulo Henrique Ganso, um jogador de extremo futuro em qualquer lugar, o time da baixada se despede de alguns de seus protagonistas com a sensação de dever cumprido, campeão Paulista e da Copa do Brasil, com vaga assegurada na libertadores, resta agora a disputa do Brasileiro e a inevitavel reconstrução do time sem algumas estrelas.

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