sexta-feira, 6 de agosto de 2010

São Paulo 2 x 1 Internacional, Inter vai ao mundial de clubes

Celso Roth muda o time para segurar o São Paulo e consegue a classificação.


  Um jogo cheio de tensão, e expectativa tecnicamente bom pela qualidade individual das duas equipes e que taticamente mostrou-se muito equilibrado, até a volta do intervalo quando Celso Roth, inteligentemente anulou uma das principais jogadas do tricolor paulista e usou brilhantemente o argentino D’Alessandro para criar um fator de desequilibrio não técnico, mas sim tático.

  No inicio do da partida, o São Paulo inteligentemente não partiu para pressão descontrolada em busca de um gol, ao invés disso postou suas linhas adiantadas, mas com seus jogadores constantemente aproximando-se para executar tabelas curtas, aproveitando a qualidade de um meio campo muito capacitado tecnicamente com Rodrigo Souto, Hernanes, Cleber Santana e mais à frente Fernandão.

  Durante os primeiros minutos o time do morumbi controlova o jogo trocando passes na intermediária do Internacional, so que não conseguia penetrar na area adversária pois o time gaucho posicionava sua dupla de volantes e seus zagueiros muito proximos, não jogando proximas ao seu proprio gol como fez o proprio São Paulo no sul, mas sim adiantados, obrigando os tricolores à muitas vezes procurar os lados do campo. O inter bem postado em campo oferecia algum perigo com jogadas individuais de seus jogadores de frente principalmente com Alecssandro que em um lance por exemplo deu trabalho a Rogerio Ceni com um chute de fora da área, depois de dar um lençol em um defensor São Paulino.

  Taison jogando num hibrido entre segundo atacante e meia esquerda, era controlado por Jean lateral São Paulino que pouco subia ao ataque, e forçou o veloz camisa 7 colorado a uma atuação discreta no primeiro tempo. Guiñazu ocupava Hernanes enquanto Sandro acompanhava Fernandão, o que teoricamente oferecia algum tempo de bola à Cleber Santana, o que de certa maneira aconteceu e o jogador São Paulino deu uma boa dinâmica ao jogo com passes corretos e oferecendo opções a seus companheiros, seu grande problema foi a preocupação com o meia D’Alessandro do inter, que embora não ficasse fixo a este setor, muitas vezes recebia a bola por este lado do campo, obrigando ao São Paulo uma atenção maior.

  O lado esquerdo do time paulsita foi o setor com o maior tempo de bola durante o primeiro tempo, pois Dagoberto jogando como segundo atacante aberto pela esquerda, ocupava o lateral adversário Nei , possibilitando grande corredor à Junior Cesar que constantemente adiantava-se no campo e arrasatava consigo o proprio D’Alessandro para sua marcação, tirando o meia do inter do espaço onde este poderia oferecer perigo.

  Tudo isto indica que taticamente um dos fatores de equilibrio do jogo aconteceu, uma equipe se “encaixou” na outra, embora com sistemas diferentes (Inter 4-2-2-2 x 4-1-3-2 São Paulo) o que por si oferece espaço a algum jogador especifico, no caso o lateral esquerdo Junior Cesar do São Paulo.Com este panorama o jogo se arrastou até o fim do primeiro tempo.

  Na volta do intervalo, Celso Roth deu mostra do seu inegável conhecimento tático, e sobretudo mostrou que estava realmente muito atento ao jogo, sem fazer nenhuma substituição apenas alterando o posicionamento de dois jogadores, o técnico gaucho anulou o ponto forte do São Paulo, e ainda reverteu o fator de desequilibrio para o seu lado, tirando Taison do seu isolamento pelo lado esquerdo e posicionando-o pelo outro lado, em cima do lateral Junior Cesar, o que retirou o tempo de bola e o espaço do São Paulino agora mais ocupado defensivamente; e D’Alessandro passou a jogar com muita liberdade criativa à partir do lado esquerdo antes ocupando por Taison, (embora jogando um pouco mais recuado que o garoto do Inter o fez), partindo da meia esquerda o argentino apresentava-se por todo o campo com enorme liberdade, o que confundia a marcação São Paulina, que não conseguia definir muito bem que deveria marca-lo.

  Embora não tenha feito um jogo tecnicamente brilhante, a intenção de Celso Roth foi cumprida, além de anular o ponto forte São Paulino, o jogador com mais espaço e maior tempo de bola, ou seja o ponto de desequilibrio tatico agora era do Inter com seu camisa 10 e não mais o lateral tricolor. Como a marcação do meio para frente não foi alterada o jogo continuava muito equlibrado, as chances da equipe paulista eram criadas em sua maioria por Hernanes quando este conseguia se livrar da marcação de Guiñazu.

   Dagoberto esteve muito apagado, errando muitos passes e até em um lance bizarro deixando a bola passar sob seus pés em um dominio falhado e sair pela lateral após passe curto de um conpanheiro, sob este ponto de vista parece que o técnico Ricardo Gomes não foi muito feliz na sua primeira substituição: tirando Cleber Santana para entrada de Marlos, recuando o criador Hernanes para mais distante da area do Inter e posicionando o veloz jogador que acabara de entrar em cima da zaga colorada, talvez a simples troca de um “segundo atacante por outro” neste caso Dagoberto por Marlos, fosse mais indicada, pricipalmente por manter o perigo do camisa 10 São Paulino, que se despede, mais proximo a area adversária, com outro ponto criador atrás Cleber Santana.

  As demais substituições e a própria expulsão de Tinga por ocorrerem em um periodo mais “estavel” do jogo acabaram não alterando muito taticamente a dinâmica da partida, mas acrescentaram muito em dramaticidade e emoção. No fim o Internacional se manteve bem posicionado e segurou o resultado que lhe interessava, muito crédito à seu treinador que soube lidar com o jogo, com seus jogadores e sobretudo em criar condições para fazer aquilo que foram ao Morumbi para fazer, chegar à final da Libertadores e de presente ao mundial Interclubes.

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