quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Decisão de Muricy

  O jogo contra  Santos, acabou tornando-se uma noite terrível para o Fluminense, e ainda maior para seu técnico Muricy Ramalho.Depois de um primeiro tempo aberto, com chances para os dois lados, e um certo domínio maior por parte da equipe carioca, muito em função do espaço oferecido ao meia Conca, que em posse da bola podia avançar e criar jogadas  de acordo com sua vontade, no segundo tempo uma decisão terrível de Muricy acabou definindo a má sorte do Fluminenese.

  E classificá-la como terrível neste caso, não se faz necessário pelo resultado final apenas, mas em função da intenção por trás da ação, perfeitamente compreensível e teoricamente lógica: Na volta do intervalo o técnico retirou de campo o meia Marquinho para entrada do zagueiro André Luis,(ao mesmo tempo Washinghton deu lugar a Fred), à primeira vista uma substituição defensiva, porém o objetivo teórico era liberar seus alas, adiantando a equipe suportada pela “segurança” dos três zagueiros Leandro Eusébio, André Luis, e Gum, e desta forma pressionar a equipe Santista, encurralando-a em seu próprio campo.

  O grande problema é que nem sempre a lógica acompanha o futebol, e a decisão do técnico tricolor, deixou de lado um aspecto fundamental: O adversário. Diante de uma equipe rápida, que após a baixa forçada de Paulo Henrique Ganso busca a todo momento colocar a bola o mais rápido possível nos flancos, atuando com três atacantes e um destes sendo Neymar, escalar três zagueiros é uma aposta de risco altíssimo.

  A movimentação sem e com a bola de Danilo na ponta direita, e sobretudo Neymar na ponta esquerda, obrigavam a saída de dois dos três defensores da equipe adversária, um para o combate direto e outro para cobertura, abrindo espaço no centro para uma noite memóravel de Zé Eduardo. O primeiro gol do atacante Santista nasceu de uma jogada pela ponta, com lançamento nas costas da defesa para infiltração de Neymar, no rebote Zé Eduardo marcou.

  Outro efeito do avanço estratégicamente equivocado do Fluminense, foi o encaixotamento do meia Conca, como o Santos manteve sua linha defensiva em posição normal, não cedendo a tentativa de pressão tricolor e a tentação de recuar em demasia, o espaço abundante para o meia Conca acabou reduzido preso entre a linha de defesa e o ataque de sua própria equipe, sem espaço para correr com a bola, agravado pela marcação Santista mais próxima agora ocupada “apenas” com um meia.

  Em lances rápidos de contra ataque, a equipe do litoral Paulista sacramentou a excelente Vitória, enquanto o Fluminense lamentava a má sorte, e a chance de abrir vantagem na liderança do campeonato.

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