terça-feira, 19 de outubro de 2010

Real 2 x 0 Milan

  A expectativa era grande, o primeiro grande clássico da Liga dos Campeões nesta temporada, em campo nada menos que 16 títulos da competição continental, 9 do lado “blanco”, e 7  “rossoneras”,duas equipes com jogadores excepcionais, um dos maiores técnicos dos ultimos tempos, em ação e  no entanto o que se viu em campo, foi um jogo unilateral, dominado pelo Real Madrid de José Mourinho, e que após os dois gols marcados em sequência, um aos 13’ minutos em cobrança de falta de Cristiano Ronaldo e o outro aos 14’ através de chute de Ozil, passou a administrar a vantagem, diante de um Milan impotente e superado taticamente ainda muito longe de justificar todo o peso de sua camisa.

  Mourinho montou sua equipe exatamente como era previsto, em um teórico 4-2-3-1, que na verdade pela movimentação de Ozil  na prática funciona como um 4-4-2, utilizando-se de uma linha defensiva alta, reduzindo o campo e efetuando uma pressão constante na envelhecida e estática equipe Milanista.

Posicionamento tatico Real x Milan
  O quadro ao lado mostra o posicionamento das esquipes no primeiro tempo, Ronaldo atuando na “ponta esquerda” constantemente corria com a bola dominada em direção à linha de fundo para cima do veterano Zambrotta, que recebia o apoio defensivo de Gattuso,mesmo assim, inumeras vezes o português levou vantagem, criando espaço no meio campo , e sobretudo na defesa adversária.

  Aos poucos o jogador mais caro da história do futebol, foi alternando sua movimentação, ora em direção ao fundo, ora cortando em diagonal, na intenção de confundir a marcação.Pelo lado oposto o argentino Di Maria, jogando um pouco mais recuado em relação a Ronaldo, a todo momento puxava a bola para sua melhor perna: a esquerda, exigindo uma saída de posição do seu marcador Antonini, espaço este que era ocupado por movimentação de Higuaín, jogada já tradicional deste novo Real Madrid modelo Jose Mourinho, permitindo a infiltração de Ozil.

  O posicionamento do meia Alemão, é um dos grandes fatores de desequilibrio neste começo de temporada, e isto pode ser visto com grande efeito neste jogo, atuando entre a linha de volantes e de zagueiros do adversário, o agil camisa 23 do Real, causa enorme confusão na definição da marcação, tal função é responsabilidade do volante mais próximo, ou de um dos zagueiros? No caso do Milan com seus zagueiros tão ocupados, e com Gattuso o teorico volante mais tradicional posicionado mais a direita ocupado com Cristiano Ronaldo, a dura tarefa reacairia sobre Pirlo, que mesmo no auge de sua carreira nunca foi reconhecido como um grande marcador.

  Desta forma livre para exibir toda sua técnica, Mesut Ozil, pode influenciar diretamente na vitória Madrilenha. Destaque negativo para a tentativa de Massimiliano Allegri em escalar Seedorf, Ronaldinho, Pirlo e Gatusso no meio campo diante de um adversário muito mais rápido, tanto em ações ofensivas quanto defensivas,e muito superior a qualquer outro oponente que o Milan tenha enfrentado neste principio de temporadaseja na propria compertição européia ou na Série-A italiana,  Ronaldinho perdido logo acima dos volantes madridistas, teve espaço para executar algumas boas jogadas, mas com a dupla de atacantes tão bem marcada e fazendo inversão de lados algumas vezes, seus passes quase sempre eram interceptados.

  Em muitas ocasiões, o 4-3-1-2 de Allegri via seus três homens de meio campo em linha, com grande distância entre estes e os três homens de ataque, facilitando a ação defensiva da linha recuada do Real, muito bem postada, e com grande capacidade atlética  também em seus dois zagueiros Pepe e Ricardo Carvalho. Tal situação apenas era amenizada quando Seedorf em posse da bola seguia em direção ao campo de ataque, sendo marcado por Khedira.

  Depois de conseguir a vantagem o Real recuou um pouco suas linhas e permitiu ao Milan maior tempo com a bola, no entanto com a eficiente pressão realizada por seus atletas, assim que  esta era recuperada, o jogador de branco que a tinha nos pés, logo buscava um passe longo em profundidade, tanto para Ronaldo quanto para Di Maria, para que estes utilizassem a velocidade contra a terrívelmente lenta e mal postada defesa Milanista, exposta pela distância entre as linhas cada vez maior.

  O Real poderia ter ampliado a vantagem, assim como o Milan poderia ter marcado um gol em um lance brilhante de Ronaldinho que acabou desperdiçado por Seedorf, no entanto o jogo seguiu já sem grande expectativas no segundo tempo, e as alterações conservadoras de Allegri efetuando a simples troca de um jogador por outro para executar  a mesma função sem buscar alternativas táticas, acabou selando uma vitória 
tranquila de José Mourinho e seu Real Madrid menos galático e mais efetivo.

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