sábado, 9 de outubro de 2010

Turquia: perdi meu volante, perdi minha força ofensiva!

A primeira vista a afirmação acima parece contraditória, porém um dos fatores que ocasionaram a derrota por 3 x 0 da Turquia diante da Alemanha no estádio olimpico de Berlin foi a perda do volante brasileiro de nascimento, turco por adoção Marco Aurélio, ou como cidadão turco: Mehmet Aurélio aos 24 minutos do primeiro tempo, após este sentir uma lesão na coxa.Aurelio foge do esteriotipo que normalmente se cria dos jogadores brasileiros, muito menos tecnico porém com uma capacidade tática impressionante aliado a uma disposição em realizar sua função especifica de maneira incansável.

Equipe com Mehmet Aurelio
  O quadro mostra a escalação inicial da equipe turca treinada por ninguém menos que Guus Hiddink, montado em um 4-1-4-1 recuado, tentando retirar os espaços dos Alemães, a função do volante brasileiro como o “um” entre a linha de defesa e meio campo, era  fundamental. Mehmet pouco subia além de sua posição inicial,tampouco recuava para o meio dos zagueiros, efetuando o primeiro combate da linha defensiva e roubando a bola ainda na intermediária.

  A força ofensiva, que os turcos perderam no entanto com a sua lesão explica-se à partir do momento em que o volante recuperava a bola, ou encontrava-se com ela. Com extrema  capacidade técnica em manter a posse, Aurelio permitia que seus companheiros se posicionassem com maior  precisão, principalmente os dois homens à sua frente, Emre e Sahin, o primeiro em direção ao espaço deixado por Hamit Altintop em seu deslocamento diagonal para o centro, na tentativa de armar a equipe, e Sahin alguns passos à frente no sentido vertical buscando realizar passes em profundidade ou ainda chutes de fora da área.

  Executando passes curtos e simples para seus companheiros mais adiantados, o volante permitia maior ofensividade e fluidez ao jogo turco, além do óbvio suporte defensivo quando a bola era perdida.A Turquia controlava a posse e trocando passes esperando os espaços se abrirem no forte setor defensivo Alemão.
Sem contar com jogador de igual caracteristica no banco de reservas, o técnico Guus Hiddink resolveu alterar o esquema de sua equipe, introduzindo o meia ofensivo Tuncay Sanli, invertendo o triângulo de meio campo de 1-2 para 2-1, estabelecendo o sistema em  4-2-3-1. Foi então que os setores da equipe começaram a ruir, afastando-se e comprometendo a fluidez do jogo coletivo.

  A participação de Hamit Altintop aos poucos foi se apagando preso à ponta direita, sem liberdade para executar as diagonais em posse, e sobretudo a dupla de volantes por suas caracteristicas técnicas,táticas, e morfológicas incrivelmente semelhantes acabaram extremamente prejudicadas.

E após a saída de Aurelio
    Sahin e Emre, ambos canhotos, e muito mais “armadores recuados”  que ocupam espaço do que marcadores excepcionais se viram carentes de um maior apoio defensivo, e restritos em sua movimentação ofensiva, ocupados com o tecnicamente mais qualificado meio campo Alemão, distantes da intermediária adversária, condicionavam todo o jogo da equipe, obrigando o meia Sanili e o ponta Altintop recuar em demasia para receber um passe livre de marcação, ou ainda executando passes longos quase sempre interceptados pela eficiente defesa Alemã.

  Aos poucos a Alemanha foi controlando a bola,  encurralando os turcos, e os espaços para Ozil e sobretudo Klose surgiram resultando em um placar final de 3 gols e a liderança do grupo nas eliminatória para a Euro-2012.

  É claro que a superioridade técnica, individual e coletiva da equipe Alemã por si só já estabelece um grande fator de desequilibrio em favor da equipe teutônica, aliada ao fato de jogar em sua casa, poucos esperavam que a Turquia em principio de trabalho sob comando de Hiddink  pudesse oferecer grande resistência, no entanto é pacifico afirmar que o jogo tornou-se confortável para os germânicos quando a Turquia perdeu seu volante por consequência  sua establidade e por fim sua capacidade ofensiva.

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